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ROSANE KAMINSKI

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Reflexões sobre a pesquisa histórica, a ficção e as artes

KAMINSKI, Rosane. Reflexões sobre a pesquisa histórica, a ficção e as artes. In: FREITAS, Artur; KAMINSKI, Rosane (Orgs.). História e arte: encontros disciplinares. São Paulo: Intermeios, 2013.

Neste texto, Rosane Kaminski afirma a relevância do estudo de artefatos artísticos e ficcionais na pesquisa histórica, não por representarem a história, mas por causa dos seus efeitos no real. A arte e a ficção, enquanto modos de significação e interpretação do mundo, são capazes, ao mesmo tempo, de interferir nas convicções e percepções já estabelecidas sobre a realidade histórico-social. Daí sua potência política e histórica. A autora defende que é imprescindível aprofundar o olhar sobre as linguagens e convenções que possibilitam a produção ficcional, afirmando que a função política de uma obra não reside apenas nas críticas que dirige ao sistema político, ao mundo do consumo, nem em sua autoproclamação como obra de transformação social. Para além disso, mais especificamente na tensão que uma obra promove na reorganização do “aparelho produtivo” que rege a produção artística, é que reside sua mais intensa potência política.

A presença das imagens nas revistas curitibanas entre 1900-1920

KAMINSKI, Rosane. A presença das imagens nas revistas curitibanas entre 1900-1920. Revista Científica / FAP, Curitiba, v. 5, jan./jun. 2010.

A expansão das revistas ilustradas que marcou o século XIX europeu logo se espalhou internacionalmente, como parte da modernização que se irradiava para diversos países. Curitiba também participou desse fenômeno, e no início do século XX foram editadas mais de sessenta revistas na cidade, muitas delas  ilustradas. Neste texto, apresenta-se uma tipologia das funções associadas às imagens publicadas  nas revistas curitibanas entre 1900-1920, organizada a partir da  observação  dos  seus perfis editoriais, dos conteúdos veiculados e das especificidades das  imagens.

O Brasil urbano no cinema dos anos 1960: Curitiba melancólica em Lance Maior, de Sylvio Back (1968)

KAMINSKI, Rosane. O Brasil urbano no cinema dos anos 1960: Curitiba melancólica em Lance Maior, de Sylvio Back (1968). Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 25, nº 49, jan.-jun. 2012.

Este texto analisa imagens de Curitiba enquanto personagem do filme Lance Maior, de Sylvio Back (1968). O objetivo é refletir sobre as contradições sociais que acompanharam o processo de modernização urbana naquela cidade nos anos 1960, conforme evocadas pelo filme. Além da análise reflexiva de trechos do filme, em alguns momentos são cotejadas as formas usadas por Person no filme São Paulo S/A (1965) e por Back para representar a paisagem da cidade moderna. Assim, pondera-se sobre o lugar de Lance Maior no cenário do cinema brasileiro dos anos 1960, visto que a representação dos dilemas urbanos perpassa diversos filmes feitos naquela década.

Publicidade, televisão e festivais de super-8 na Curitiba dos anos 1970

KAMINSKI, Rosane. Publicidade, televisão e festivais de super-8 na Curitiba dos anos 1970. ArtCultura, Uberlândia, v. 23, n. 42, p. 271-290, jan.-jun. 2021.

No Brasil do começo da década de 1970, sob o governo de Emílio Garrastazu Médici, consolidava-se o processo de modernização conservadora, dentro do qual a produção cultural de esquerda ficou marcada pela ambiguidade. A atuação dos artistas era tensionada, simultaneamente, pela repressão política (incluindo a censura) e pela expansão da indústria cultural que, segundo Marcelo Ridenti, “deu emprego e bons contratos aos artistas, inclusive aos de esquerda, com o próprio Estado atuando como financiador de produções artísticas e criador de leis protecionistas aos empreendimentos culturais nacionais” [primeiro parágrafo].

Sylvio Back nas tensões entre cinema e estado

KAMINSKI, Rosane. Sylvio Back nas tensões entre cinema e estado. Antíteses, v. 8, n. 15, jan./jun. 2015.

O texto situa o posicionamento do cineasta Sylvio Back frente às movimentações que marcaram a relação entre cinema e Estado nas décadas de 1960 e 1970. Naquele contexto era visível o desdobramento de um cinema brasileiro politizado e esteticamente “violento”, cujos filmes de baixo orçamento e linguagem renovadora se impunham como forma de oposição ao cinema clássico e mais plenamente industrial. Ao mesmo tempo, ampliava-se o interesse do Estado pela produção cinematográfica em termos empresariais. Durante o regime militar, foram criados órgãos de premiação e fomento ao cinema defendendo a produção de filmes que reforçassem o estatuto industrial do cinema nacional, buscando o aumento de arrecadação nas bilheterias. Em meio a essa situação paradoxal, Sylvio Back estreou na direção de longas-metragens prometendo realizar filmes “sérios” e que se propusessem à comunicação com o público. Para avaliar a inserção desse cineasta nas tensões entre cinema e Estado, são confrontados os depoimentos e entrevistas publicados na imprensa da época e que atestaram publicamente as intenções do cineasta; algumas críticas sobre seus filmes; bem como os filmes de ficção produzidos por Back durante o regime militar, que consistem numa forma de posicionamento do autor perante as questões estéticas e políticas do seu tempo.

Sylvio Back e o cinema “desideologizado”

KAMINSKI, Rosane. Sylvio Back e o cinema “desideologizado”. In: Manuela Penafria; Eduardo Baggio; André Rui Graça; Denize Araújo. (Org.). Ver, ouvir e ler os cineastas. Teoria dos cineastas, Vol. 1. 1ed. Covilhã - Portugal: Ed. Labcom. IFP / Universidade da Beira Interior, 2016..

Afirmei, há alguns anos, que a reflexão sobre a dimensão política do cinema brasileiro moderno ganha vigor quando se privilegia o exame das poéticas fílmicas (Kaminski, 2014: 137). A assertiva se baseava na convicção de que os experimentalismos estéticos, potentes no cinema moderno, produzem efeitos de sentido que interferem na nossa compreensão sobre o mundo em que vivemos. No entanto, entre os diversos atos criativos dos cineastas, está também a produção de ideias, muitas delas expressas em outros registros reflexivos que não os filmes em si: discursos acerca de suas próprias obras, acerca do cinema e, alargando o espectro, acerca da realidade [primeiro parágrafo].

Dimensões modernas das revistas ilustradas: Curitiba, início do século XX

KAMINSKI, Rosane. Dimensões modernas das revistas ilustradas: Curitiba, início do século XX. Art&Sensorium, Unespar, Curitiba, vol. 1, n. 1, jun. 2014.

O texto busca evidenciar a participação das imagens de revistas na elaboração de uma percepção estética ligada à vida moderna, em Curitiba no início do século XX. As revistas integraram e testemunharam uma transformação nos padrões de gosto e de comportamento cultural na cidade, num momento em que ocorria simultaneamente uma diminuição do número de revistas literárias, o fortalecimento da lógica publicitária associada à imprensa, e o surgimento de uma série de publicações ilustradas de humor e variedades sobre temas urbanos. Elas ocuparam um espaço pioneiro no que diz respeito à produção e fruição visual na cidade, contemporâneas que foram à constituição do meio artístico que recentemente vinha se formando na cidade.

Imagem e alegoria no cinema de Sylvio Back: o caso de Ana

KAMINSKI, Rosane. Imagem e alegoria no cinema de Sylvio Back: o caso de Ana. Domínios da Imagem, Londrina, v. 7, n. 14, jan./jun. 2014.

Este texto discute sentidos alegóricos da imagem cinematográfica. O objeto de análise é o filme A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971). É um filme histórico sobre o Movimento do Contestado. O assunto é a resistência dos camponeses. Estes foram expulsos de suas terras e resistem à opressão dos fazendeiros e industriais da região. Na narrativa do filme, analisa-se o significado emblemático da personagem Ana, uma jovem camponesa. A imagem de Ana é uma possível chave de leitura para o filme. As diferentes fases da trama se relacionam com as fases vividas por ela. A escolha do cineasta em demarcar fases do filme a partir das transformações na imagem de uma mulher é uma opção retórica. Ele usa a imagem como alegoria que expressa múltiplos sentidos.

Da narração literária às telas do cinema: camadas de sentido alegórico em A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971)

KAMINSKI, Rosane. Da narração literária às telas do cinema: camadas de sentido alegórico em A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971). História: Questões & Debates, Curitiba, n. 44, 2006.

Em 1971, chegava às telas o filme A guerra do pelados, dirigido por Sylvio Back. Tratava-se de um filme histórico baseado na Campanha do Contestado, conflito armado pela posse da terra que ocorreu no Sul do Brasil entre 1912 e 1916. O roteiro do filme, entretanto, foi elaborado a partir de um romance escrito por Guido Wilmar Sassi e lançado em 1964. Apesar de ter como tema central um evento histórico, este romance apresenta também personagens fictícios, dentre os quais alguns foram adaptados à linguagem cinematográfica por Sylvio Back. Entre estes, está a dupla composta por Nenê e Zeferina, cuja trajetória assume um caráter emblemático perante o filme e perante a História. O objetivo do presente artigo é investigar qual a função narrativa que estes personagens ficcionais possuem na trama de um enredo histórico.

O primeiro cinema nas páginas das revistas curitibanas (1907-1913)

KAMINSKI, Rosane. O primeiro cinema nas páginas das revistas curitibanas (1907-1913). Brasiliana: Journal for Brazilian Studies. Vol. 9, n. 1, 2020.

Este artigo discute os vestígios do primeiro cinema em Curitiba, Brasil, nas páginas das principais revistas ilustradas que circularam na cidade entre 1907-1913. Naqueles anos, entre outros aspectos da modernização urbana, os serviços gráficos se expandiam em Curitiba, o que permitiu ampla circulação de revistas ilustradas com charges, publicidades e fotografias. Tais periódicos faziam constantes remissões aos lugares de consumo do cinema, que chegara na cidade por intermédio de empreendedores europeus. Em 1909, por exemplo, a revista de humor intitulada“Cinema”evidenciou algumas das conexões existentes entre as próprias revistas ilustradas e aquele primeiro cinema, todos partícipes de um novo tipo de consumo cultural. O objetivo do texto é avaliar aquelas revistas enquanto catalisadoras de um fenômeno cultural amplo, do qual elas mesmas participavam, e cujas dimensões eram transnacionais.

Os filmes de Arthur Omar como “formas que pensam” a violência no Brasil dos anos 1980

KAMINSKI, Rosane. Os filmes de Arthur Omar como “formas que pensam” a violência no Brasil dos anos 1980. Intexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 48, jan./abr. 2020.

Arthur Omar é um cineasta e artista visual atuante desde os anos 1970 até hoje. Nos anos 1970-80, caracterizou-se por fazer um cinema cuja inventividade de linguagem pode, sem muito esforço, ser discutida nos termos de uma violência poética. Em seus filmes, enfatizava uma multiplicidade de aspectos da realidade articulados de forma complexa e sem obviedade. Ao longo da década de 1980 realizou, entre outras obras, os filmes O Som ou tratado da harmonia (1984), O Inspetor (1987) e Ressurreição (1988), que serão aqui discutidos. Neles, além dos desdobramentos da poética violenta característica de suas primeiras obras, a violência enquanto fenômeno social também se torna assunto relevante. O presente texto pretende discutir esses três filmes enquanto uma “teoria da violência” proposta por Arthur Omar em suas obras, e situá-los em meio aos debates estéticos e políticos do seu tempo de produção.

Madames e mademoiselles nas revistas curitibanas

KAMINSKI, Rosane. Madames e mademoiselles nas revistas curitibanas. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, MG, v.32, n.1, jan./jun. 2019.

Este artigo discute o lugar da mulher nas revistas ilustradas em Curitiba no início do século XX. Observa as principais formas pelas quais a mulher foi representada nas revistas, e pondera sobre os limites da atuação da mulher como produtora de textos e imagens para esses periódicos.

Os curtas-metragens de Paulo Sacramento e o debate sobre a violência no Brasil dos anos 1990

KAMINSKI, Rosane. Os curtas-metragens de Paulo Sacramento e o debate sobre a violência no Brasil dos anos 1990. Antíteses, Londrina, v.12, n. 23, jan-jul. 2019.

Os curtas-metragens Ave (1992) e Juvenília (1994), ambos realizados por Paulo Sacramento, são objetos de reflexão neste texto, que tem como propósito amplo discutir as relações entre imagem e violência. O exame dos filmes é feito a partir da ideia de violência, que está presente no seu âmbito semântico e também na sua linguagem, inventiva e irônica. Dois fenômenos observados na história brasileira dos anos 1980-90 se articulam à análise fílmica: 1) a exacerbação da violência social e sua visibilidade nos debates acadêmicos, culturais e políticos; e 2) o aumento na produção de curtas-metragens, incluindo um significativo grupo de filmes que discute a violência no país. Com interesse em averiguar a conexão entre filmes e conjuntura social, olha-se para esses dois curtas-metragens de Paulo Sacramento, não apenas como “representação da violência”, mas como produtos que participam do processo de “desnaturalização” e ampliação das discussões críticas sobre a violência no Brasil.

Memórias de um massacre: violência em A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971)

KAMINSKI, Rosane. Memórias de um massacre: violência em A Guerra dos Pelados (Sylvio Back, 1971). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 21, maio/ago. 2017.

Em 1971, no contexto dos anos de chumbo da ditadura civil‐militar brasileira, o cineasta Sylvio Back lançou o seu segundo filme de longa‐metragem, A Guerra dos Pelados, que versa sobre o Movimento do Contestado. A tônica do filme é pessimista e representa a opressão e o massacre sofridos pela comunidade de posseiros, tanto por parte dos fazendeiros locais, quanto pelas autoridades militares. Partindo da relação metafórica entre o filme histórico e o seu tempo de produção, este artigo discute as formas de figuração da violência no filme, considerando que essas situações se distinguem por sua função dentro do enredo: algumas vezes, a violência é utilizada como instrumento de coerção, visando garantir a manutenção do poder e o predomínio das formas de dominação e exploração; noutras, a violência pode surgir como instrumento revolucionário, buscando transgredir as relações de poder que se arraigaram

Brasilidade às avessas: ópera, samba e Natal à alemã no filme Aleluia, Gretchen! (1976)

KAMINSKI, Rosane. Brasilidade às avessas: ópera, samba e Natal à alemã no filme Aleluia, Gretchen! (1976). ArtCultura, Uberlândia, v. 17, n. 30, jan-jun. 2015.

O objetivo deste texto é refletir sobre as articulações entre cinema e história no contexto brasileiro dos anos 1970, a partir da análise do filme Aleluia, Gretchen! (1976), dirigido por Sylvio Back. O eixo da análise privilegia as relações de poder entre Repo, um serviçal negro, e Frau Lotte, sua patroa. A reflexão sobre o filme permite estabelecer aproximações entre o que é mostrado na tela e algumas questões centrais nos debates culturais e políticos do tempo em que ele foi realizado, mais especificamente o autoritarismo do governo militar e a sua proposta de Política Nacional de Cultura (PNC).

Vida e morte de Stefan Zweig no cinema de Sylvio Back (1995-2003): identidades, ressentimentos e suicídio como protesto

KAMINSKI, Rosane. Vida e morte de Stefan Zweig no cinema de Sylvio Back (1995-2003): identidades, ressentimentos e suicídio como protesto. Scripta Uniandrade, Curitiba, v. 11, n. 2, 2013.

Este texto discute os dois filmes produzidos pelo cineasta Sylvio Back sobre a morte do escritor austríaco Stefan Zweig. O primeiro, realizado em 1995, é o documentário de médiametragem Zweig: A morte em cena. O segundo, finalizado em 2003, é o longa-metragem ficcional Lost Zweig, filme que aborda a última semana de vida de Stefan Zweig. Este se havia refugiado no Brasil devido à perseguição dos judeus pelos nazistas. Em 1942 suicidou-se, juntamente com a esposa Lotte, em sua residência na cidade de Petrópolis. Ao resgatar a memória do escritor nos dois filmes, Sylvio Back utiliza o tema da morte para inserir-se nos debates sobre identidade no meio cultural brasileiro.

Notas sobre a legitimação da arte

KAMINSKI, Rosane. Notas sobre a legitimação da arte. Revista Científica / FAP, Curitiba, v. 1, jan./dez. 2006.

O objetivo deste artigo é apresentar ao leitor alguns traços gerais sobre o fenômeno da legitimação dos objetos de arte através do olhar constituído pela sociologia da arte. Sem deter-se nas especificidades da linguagem artística, o foco de interesse desta disciplina direciona-se ao aspecto social da prática artística, à compreensão das relações de poder e de funções simbólicas que se estabelecem entre os artistas, as obras, os críticos, os marchands, o público, e as instituições envolvidas com estas pessoas e com estas obras.

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